segunda-feira, 25 de julho de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2* (Harry Potter and The Deathly Hallows - Part 2)


*com contribuição de Edvânia Caetano

“Tudo Termina”. Dessa forma a Warner Bros. anunciava o fim de uma das sagas mais lucrativas da história do cinema. E perceba que o estúdio ainda esticou esse final dividindo o último capítulo em dois filmes. Porém o fim chegou e no dia 15 de julho de 2011 Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 estreava nos cinemas de todo o mundo fechando de forma épica a cinessérie iniciada em 2001.

Se em Relíquias da Morte – Parte 1 David Yates preparou todo o terreno para a conclusão da saga, na Parte 2 ele não decepciona. E veja que os riscos assumidos foram grandes. Como atender ou superar as expectativas criadas ao longo de quase uma década e levar aos cinemas o desfecho de um dos maiores fenômenos literários dos últimos tempos? David Yates vem desde A Ordem da Fênix (2007), quinto filme da série, assumindo a responsabilidade de concluir o trabalho que outros diretores como Chris Columbus (A Pedra Filosofal, 2001 e A Câmara Secreta, 2002), Alfonso Cuarón (O Prisioneiro de Azkaban, 2004) e Mike Newell (O Cálice de Fogo, 2005) se dedicaram. Quanto ao filme, ele corresponde ao – não – desejo de ver a série terminada, agradando ao público.


Várias questões que surgiram ao longo de toda a série enfim são respondidas: a ligação entre Harry Potter e Voldemort, o passado obscuro de Severo Snape, o romance “platônico” entre Hermione e Rony é resolvido, tudo isso no contexto de uma batalha épica que tem a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts como palco principal.

Se em Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 o ritmo parecia lento, em Relíquias da Morte – Parte 2 não há tempo para divagações. Após encontrar as horcruxes, Harry, Rony e Hermione correm contra o tempo para evitar que Voldemort domine a todos. O risco é grande e sacrifícios serão feitos. E a única forma de derrotar Lord Voldemort é um confronto direto do qual Harry não pode evitar, mesmo que isso signifique sacrificar a própria vida. O confronto final entre Harry Potter e Voldemort é conduzido de forma épica nas ruínas do Castelo de Hogwarts. A batalha entre o bem e o mal toma forma quando Harry decide enfrentar com todas as suas forças o grande vilão. Contando com a ajuda dos seus amigos, o bruxinho não mede consequências para acabar com Voldemort.

As cenas sequenciais são emocionantes e de tirar o fôlego. Além de reunir praticamente todo o elenco que participou dos oito filmes, é incrível perceber que no último filme da saga todos os elementos que destacam as outras produções estavam presentes: a magia infantil dos dois primeiros filmes dirigidos por Chris Columbus, a trilha sonora original composta pelo maestro John Williams – que estava quase esquecida nos últimos filmes – pontua momentos chaves e emocionantes da trama pela batuta de Alexandre Desplat e o tom sombrio misterioso iniciado por Alfonso Cuarón em O Prisioneiro de Azkaban.

Como não poderia deixar de ser os efeitos especiais são espetaculares. A fotografia amplia a escala da série nos colocando no meio do confronto. Quem teve a oportunidade de ver a cópia em 3D com certeza se maravilhou com a ótima conversão do filme. As cenas não possuem o apelo do 3D – lembrando que o filme não foi filmado nesse padrão, mas apenas convertido – no entanto causam impacto.

Não podemos esquecer das participações especiais de atores consagrados que interpretaram com maestria os personagens mágicos criados por J.K. Rownling, como: Alan Rickman, agora o eterno Severo Snape, com sua voz marcante, e inconfundível, e sua belíssima atuação; Maggie Smith, com sua doce e rígida Minerva McGonagall; Helena Bonham Carter, que deu de forma contundente vida a sua personagem Bellatrix Lestrange; Gary Oldman como Sirius Black, o padrinho amado de Harry Potter e Ralph Fiennes, que com sua sentida interpretação de Lord Voldemort deve ter provocado pesadelos em muitas crianças, foram uns dos atores que fizeram-nos sentir muito mais a realidade do mundo mágico do bruxo.

Convém lembrarmo-nos do ator Richard Harris que interpretou Albus Dumbledore em A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta, o qual faleceu em 2002, antes do lançamento do seu último trabalho. A Michael Gambon foi dada a responsabilidade de conduzir o diretor de Hogwarts em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e os demais filmes sequenciais, onde sua aparição foi pontuada com grandes momentos como a luta contra Voldemort em A Ordem da Fênix, o sofrimento que passou em O Enigma do Príncipe (2009) e sua aparição em Relíquias da Morte – Parte 2.

Além dessas estrelas do cinema, é impossível não se lembrar do inesquecível trio de atores que tiveram a glória – e o fardo, por serem tão jovens – de incorporar os personagens principais da série. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson dedicaram anos de suas juventudes interpretando personagens intensos, que habitam os corações dos pottermaníacos. Além da sensação do dever cumprido, o alivio de agora poder se separar dos personagens deve ser maior. Emma Watson já havia revelado em diversas entrevistas dadas que não via à hora de viver a própria vida e não ser mais Hermione Granger. De fato, eles merecem mesmo, pois dividiram conosco suas infâncias. Cresceram juntos, formando uma geração que não os esquecerão e que serão saudosamente lembrados pelo desempenho na saga de um dos livros infantis mais vendidos de todos os tempos.

“E Agora?” muitos se perguntam. Agora a vida segue. A Warner Bros deverá investir nos heróis da DC Comics, já se sabe que Daniel Radcliffe e Emma Watson estão envolvidos em outros projetos cinematográficos e aos fãs do bruxinho cabe apenas ter a sensação de que a história foi contada e concluída, mesmo que muitos fãs não concordem com a adaptação dos livros nos filmes, pois é fato que sempre haverá polêmicas em adaptações cinematográficas desse gênero.

J.K. Rowling além de ser a grande criadora do universo mágico de Harry Potter também foi responsável pela trajetória do seu personagem no cinema. A autora sempre esteve presente nos sets de filmagem e cuidava como uma verdadeira mãe – de fato ela é mesmo – da adaptação cinematográfica. A saga Harry Potter teve a dedicação de diversos profissionais da indústria do cinema e no balanço geral ganhou o carinho e o respeito do público.

O mundo mágico de Harry Potter terminou? NÃO! Basta “aparatar” sempre que quiser e rever a saga do bruxinho de óculos redondo que marcou lugar na história do cinema.

título original:Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
gênero:Aventura
duração:2 hr 10 min
ano de lançamento: 2011
estúdio: Warner Bros. Pictures | Village Roadshow Pictures | Heyday Films
distribuidora: Warner Bros. Pictures (EUA) | Warner Bros. (Brasil)
direção: David Yates
roteiro: Steve Kloves, baseado no livro de J.K. Rowling
produção: J.K. Rowling, David Barron e David Heyman
música: Alexandre Desplat
fotografia: Eduardo Serra
direção de arte: Alastair Bullock, Martin Foley, Christian Huband, Molly Hughes, Hattie Storey e Gary Tomkins

Um comentário:

  1. Grande Alexandre! Gostei da crítica, abrange exatamente o ocorrido no último filme de Harry Potter. Eu contribui!!! ^^' Obrigada por citar meu nome meu amigo!

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